Arte e Saúde Mental: Quando Expressar Também Cura
- nargolez
- 16 de jun.
- 2 min de leitura

“A arte me salvou.”
Essa frase deixou de ser exagero. Em tempos de incerteza e angústia, a arte tem se mostrado uma ferramenta poderosa de acolhimento, expressão e cura, especialmente quando palavras não são suficientes.
Durante a pandemia, vimos isso na prática. Projetos como o Museu do Isolamento revelaram que, diante do caos, criar ou simplesmente contemplar era uma forma de sobreviver emocionalmente.
Por Que a Arte Impacta Tão Profundamente?
Diferente da fala racional, a arte permite acessar emoções que muitas vezes não conseguimos nomear. Como explica o psiquiatra Daniel Martins de Barros, quando criamos, desligamos os filtros que normalmente regulam o que dizemos, e aí o inconsciente encontra caminho. A psicóloga e psicanalista Tania Rivera reforça que a arte transforma o íntimo em algo compartilhável. Ela amplia nossa visão do mundo e de nós mesmos.
Ver um filme, ouvir uma música, se identificar com um personagem ou rabiscar sem técnica nos conecta a algo que vai além da superfície. É introspecção ativa.
Arte, Reflexão e Autocuidado
A arte é também um espelho emocional. Nos leva a pensar sobre relações, escolhas e feridas abertas. E pode ser o primeiro passo para buscar ajuda.Não é terapia por si só, mas pode ser o gatilho para iniciá-la.
Rivera explica que a arte ocupa um campo cultural onde o pessoal e o coletivo se encontram. E ali, nessa zona simbólica, brotam entendimentos que às vezes não vêm nem com mil palavras.
Quando a Arte Vira Terapia

Na arteterapia, o processo criativo é usado com intenção terapêutica, conduzido por profissionais. É eficaz em quadros como depressão, ansiedade e doenças neurológicas. No Brasil, nomes como Nise da Silveira mostraram que desenhar, pintar ou modelar não é apenas passatempo, é canal de cura.
O Que Dizem os Estudos?
A OMS analisou mais de 3.000 pesquisas sobre arte e saúde mental. O resultado é claro: a arte ajuda, e muito. Seja por meio da música, dança, literatura, exposições ou até arte digital, o impacto é real.
Mais do que aliviar sintomas, a arte reduz estigmas. Humaniza o sofrimento psíquico. Rompe com a ideia de que saúde mental é só assunto de “gente fraca” ou “fora da curva”.
A arte não resolve tudo. Mas ajuda a respirar quando falta ar. E, muitas vezes, isso já é um começo.
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